sexta-feira, 22 de julho de 2011

"Três Mulheres" de Robert Musil - "Colecção Não Nobel" do jornal Público

Começou no dia 14 de Abril, uma colecção de livros com o jornal Público, intitulada de “Colecção Não Nobel — Autores Premiados Pelo Tempo”. Uma colecção que pretende homenagear grandes escritores que nunca ganharam o Prémio Nobel.

Dos vinte livros no total, um deles é “Três Mulheres” de Robert Musil, que sairá na próxima 5ª feira, dia 28 de Julho.
(A capa apresentada, não corresponde à da colecção referida)

A escritora Cristina Carvalho, deu o seu depoimento ao jornal Público, é ele que apresentamos:

ROBERT MUSIL - Os seus livros ensinam a liberdade

Ao escrever esta breve nota sobre Robert Musil e sobre estas suas “Três Mulheres”, sinto, ainda mais uma vez, o coração asfixiado e qualquer sentimento muito amargo, sabor a distância, visão de um horizonte perdido há muito. Quero fazer sentir quanto Musil é um escritor fundamental, impressionante.

Com palavras luminosas e pensamento profundamente psicológico, Robert Musil desenha estas três histórias de mulheres revelando, no perfil de cada personagem o que existe de mais escondido: a nossa própria interioridade e todos os enigmas que constituem a vida de uma mulher e a vida de um homem.

Três mulheres de diferentes condições sociais, vidas em cenários distintos e no fundo e à superfície, o traço misterioso, conflituoso e profundo que une numa só linha estas terríveis certezas em misteriosos confrontos sexuais e sociais.

Musil não será o escritor mais conhecido de língua alemã mas os seus livros, a sua literatura ensinam a liberdade; ele acusa e aponta todos os defeitos da humanidade. “Três Mulheres” foi escrito antes da sua obra-prima “O Homem Sem Qualidades”, com o qual foi nomeado para o prémio Nobel de Literatura ainda que o reconhecimento desta obra tenha sido, na época, muito fraco.

Personalidade de vasta e imensa cultura em variadas áreas, Robert Musil viveu paupérrimo os últimos anos da sua vida. Morreu aos 62 anos, esquecido por todos, na solidão da poesia, mas hoje a sua obra, em especial “O Homem Sem Qualidades”, está no topo da literatura do século XX em língua alemã.

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