Excerto
"Quando o relógio pisca as doze horas intermitentes, Carla recebe no seu quarto uma visita indesejada. A partir daí, todo o seu mundo desmorona e a solidão e o medo encarregam-se de a arrastar para um estado deprimente que só um desconhecido parece compreender.
Cega de paixão, nega as evidências de que o seu novo amor é mais do que um rosto angelical. Ele esconde segredos que a levarão para perigos que parecem emergir das profundezas do inferno."
Sinopse
Marta é uma mulher diferente. Distinta do comum dos mortais, pela forma como conduz a sua vida e, contudo, igual a tantos, ao procurar resposta para a eterna questão: o que é o amor?
“Por vezes penso que o amor é um sentimento que idealizamos e de tanto o idealizar… acabamos por não o sentir.”
Constantemente debatendo-se com a sua identidade, abafa no sexo descomplexado a angústia da sua existência. Soma conquistas como se de uma predadora se tratasse. É honesta nas suas convicções e nos seus sentimentos. Reflecte sobre problemas sociais, desprezando a hipocrisia daqueles que transformam em tabu alguns dos assuntos que se prendem com o lado animal do Homem.
De entre as suas amigas, algumas preocupadas com a sua maneira de ser e estar, Marta é a que consegue transformar em falácia o desabafo de muitas mulheres que, tal como ela, procuram o amor, mas nada fazem para o encontrar, esperando que um dia lhes bata à porta e persistindo em afirmar que “os homens são todos iguais”.
Marta passa pela vida questionando-se e questionando os homens com quem se relaciona: Pedro, Eduardo, João… Que procura ela em cada um deles? Com qual destes homens pode ela encontrar-se?
João é o único a não reclamar sexo, mas apenas amizade, conhecimento mútuo; algo mais do que uma experiência sexual inócua, apenas por puro instinto. Talvez esteja aqui o amor que Marta procura e, assim, a sua cruzada conheça um ponto final. Ou não!
"Em Bene-Dicta, outra curtíssima história, revela-se o imaginário de Cristina Carvalho, tão insólito como eficaz é a sua capacidade de sugerir ambientes em poucas linhas."
Fátima Maldonado
"Bem poucas vezes me tem sido dado a verificar, numa obra de estreia, qualidades tão invulgares e de tão surpreendente novidade como as que se encontram patentes nestas narrativas de Cristina Carvalho: um desapiedado olhar sobre os seres e as coisas, todavia capaz de no-las fazer sentir pertíssimo de nós; um estranho poder de mesclar no mesmo texto, às vezes no mesmo parágrafo, fulgurações do insólito e imagens do quotidiano; uma escrita ágil, desembaraçada, e de múltiplos registos, tão apta para cruelmente fustigar o real, no que tem de hediondo, como para logo o amparar no que revela de frágil."
David Mourão-Ferreira
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